O senador Otto Alencar (PSD/BA), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, acaba de anunciar na Comissão que o PL 591, que trata da privatização dos Correios, não será votado nesse ano! Esse é um importante passo na luta contra a privatização e fruto da mobilização dos trabalhadores e da atuação de partidos da oposição e de parlamentares que são contrários à venda da empresa.
Além da população brasileira que já deixou clara ser contra a venda da estatal, mais uma pesquisa foi divulgada reforçando que a privatização será grande prejuízo ao Brasil, não só do ponto de vista do interesse público e social, como financeiro, já que a estimativa de lucro em 2021 dos Correios é de R$ 3 bilhões e a perspectiva de venda pelo desgoverno Bolsonaro varia entre R$ 1,3 bilhão a R$ 3 bilhões. Os dados também impactam na avaliação de parlamentares no Senado.
"Não vai mais para o plenário este ano. Eu não vou botar para votar na CAE. Fica só para o ano que vem, se é que vai ter condições", disse o senador Otto Alencar em entrevista. Para analistas políticos, o adiamento teria desdobramentos negativos aos planos do governo, já que 2022 é período eleitoral e, para investidores, momento de incertezas políticas. "Eles [governo] ficam alegando que esse valor baixo se deve ao passivo trabalhista da empresa, mas sem demonstrar esse passivo. É preciso que eles mostrem esse passivo", complementou o senador.
Embora essa declaração seja positiva para os trabalhadores, nossa luta em defesa dos Correios e de nossos empregos ainda não acabou. Precisamos continuar mobilizados e atentos para que não haja nenhuma manobra por parte do governo Bolsonaro e seus vassalos.
A FENTECT e o Comitê Nacional em Defesa dos Correios continuarão de prontidão em Brasília intensificando nosso trabalho até o recesso parlamentar. Muito importante os trabalhadores e sindicatos continuarem pressionando os Senadores e Senadoras em seus estados para que possamos enterrar de vez o PL 591.