Na última quarta-feira, 31 de agosto, trabalhadores e trabalhadoras participaram das assembleias convocadas pelos sindicatos conforme previsão do calendário de lutas, para decidir se deflagravam a greve ou se aceitavam a proposta apresentada pela direção bolsonarista da ECT na mesma tarde.
A proposta surgiu diante a mediação do TST, que temia, junto à direção da ECT, uma grande greve nacional a beira da eleição, aumentando ainda mais a rejeição de Bolsonaro.
Nossa campanha salarial já vinha se arrastando há meses e a direção da ECT em nenhum momento se mostrou disposta a negociar de verdade, só quando viu que o calendário de lutas e mobilização estava a todo vapor. Só assim que o governo Bolsonaro e a direção da empresa resolveram recuar e apresentar uma contraproposta que se aproximasse dos anseios dos trabalhadores que foram duramente golpeados em seus direitos no dissídio em 2020, onde o ministro Ives Gandra nos arrancou mais de 50 cláusulas e direitos históricos que até hoje faz com que nossa categoria e seu dependentes sofram.
A FENTECT não tem dúvidas que esse recuo da direção bolsonarista foi por conta da mobilização da nossa categoria com as participações nas assembleias, nos atos chamados pelos Sindicatos e do grande ato nacional unificado que aconteceu em Brasília, no último dia 23 de agosto, na frente do edifício sede dos Correios. Esse ato mostrou que os sindicatos e trabalhadores estavam pronto para deflagrar um grande greve nacional unificada no dia 01 /09, caso a ECT não recuasse e apresentasse uma proposta minimamente factível de ser levada às assembleias.
Com isso, seguindo a orientação do Comando Nacional de Negociação e da direção da FENTECT, apresentada pelas direções sindicais, os trabalhadores de todo país aprovaram a proposta e suspenderam o indicativo de deflagração de greve para 00h do dia 01 de setembro.
De acordo com despacho do TST, realizado na tarde desta quinta-feira (01/09), mostrando que o resultado das assembleias aprovaram a proposta, o ministro Ives Gandra disse que o acordo coletivo de trabalho já pode ser assinado e peticionado aos autos da PMPP, pois o mesmo já está homologado (está valendo) e passa ter sua vigência retroativa a 1° de agosto. O secretário Geral da FENTECT, José Rivaldo, se encontrará com representantes da ECT para assinar o ACT, e remetê-lo aos autos.
A FENTECT parabeniza todos os trabalhadores e trabalhadoras pela disposição e organização que forçou o recuo da direção bolsonarista da ECT, e com isso ter resgatado uma pequena parte dos nossos direitos que foram atacados durante todo governo Bolsonaro. Só nossa capacidade de mobilização, organização e luta será capaz de resgatar esses direitos retirados pelo desgoverno Bolsonaro e sua trupe. Sigamos fortes e unidos nesta luta!