A Secretaria de Mulheres da FENTECT, juntamente com a Comissão de Mulheres desta Entidade, manifesta seu veemente repúdio à conduta do instrutor dos Correios durante a transmissão ao vivo do Treinamento no Local de Trabalho (TLT) sobre "Prevenção e Confronto de Assédio e Discriminação", realizado em 28 de novembro. O conteúdo, que não está mais disponível no YouTube, foi ministrado por um homem e causou profunda revolta, indignação e diversas denúncias de trabalhadoras em todo País, em virtude das falas machistas e desrespeitosas proferidas pelo instrutor.
É inadmissível que, em pleno século XXI, a Empresa, ao selecionar um profissional para ministrar um curso de tamanha importância, escolha alguém, que segundo as denúncias, proferiu falas misóginas e machistas. É doloroso que nós, mulheres, ainda tenhamos que lidar com discursos que perpetuam estereótipos de gênero e culpabilizam as vítimas de assédio. As denúncias recebidas por esta Secretaria relatam absurdos sobre as declarações do instrutor, insinuando que as mulheres utilizam seus corpos para obter vantagens e fazem acusações falsas de assédio sexual. As declarações causaram revolta em todos País e configuram um ataque frontal contra a dignidade e integridade das trabalhadoras dos Correios.
A postura da direção da Empresa é ainda mais preocupante, visto que recentemente foi assinado um Acordo Coletivo de Trabalho com cláusulas importantes de enfrentamento aos assédios e à violência contra a mulher. No entanto, a garantia de formação dos grupos de trabalho e mesas temáticas contra o assédio moral e sexual, prevista no acordo, não foi cumprida até agora, mais de dois meses depois da assinatura do ACT. Isso demonstra o descaso dos Correios com essa triste realidade que assola a categoria, em especial as mulheres ecetistas.
Os relatos das trabalhadoras que assistiram ao treinamento são unânimes em condenar a postura machista do instrutor. A Secretaria de Mulheres da FENTECT juntamente com a Comissão de Mulheres exige retratação imediata da direção da Empresa, apuração da conduta do instrutor contratado e dos responsáveis pela elaboração e aprovação do conteúdo do “treinamento”.
Reiteramos nosso compromisso em defender os direitos das mulheres ecetistas e de todos os trabalhadores, e não mediremos esforços para garantir um ambiente de trabalho livre de assédio e discriminação. Destacamos que a falta de medidas eficazes para coibir o assédio contribui para o crescimento dos casos e para a perpetuação da violência contra as mulheres. É preciso promover ações de conscientização e educação, construído com as mulheres, para que todos os trabalhadores compreendam a gravidade do assédio e a importância de um ambiente de trabalho respeitoso.
A FENTECT não se calará diante de qualquer forma de discriminação e violência. Seguiremos lutando por um ambiente de trabalho justo e igualitário para todos.
Secretaria de Mulheres da FENTECT e Comissão de Mulheres da FENTECT