É uma logística que, infelizmente, não acompanhou toda a inovação tecnológica, mas que nunca perdeu sua função social dentro de uma sociedade com uma maioria extremamente carente.
Mesmo no período mais sombrio da pandemia, lá estavam os Correios. Diante das calamidades, em cada cidade deste Brasil tão cheio de diversidades, lá estão eles novamente. Sim, a nossa logística precisa ser aprimorada, até porque existem grandes operadoras logísticas com capital gigantesco. Contudo, na calamidade, são os Correios — com sua história e capilaridade — que levam os primeiros socorros.
Os Correios representam uma logística de vida, resiliência e direitos fundamentais que qualquer cidadão brasileiro possui. Eles não existem para gerar lucros; existem para ser o que uma empresa social precisa ser.
Os Correios não “geram prejuízo” por necessitarem de aporte financeiro. Eles precisam desse aporte justamente por não medirem distância, por atenderem desde os ribeirinhos até os grandes centros financeiros, como a Faria Lima.
Em tempos difíceis, as grandes mídias não destacam o trabalho excepcional que seus funcionários realizam. Eles percorrem o país, sentem as dores de uma população desesperada; são amparo, são presença. Nenhum deles tem formação em psicologia, medicina ou enfermagem. São pessoas que deixam suas famílias e vão fazer o que fazem de melhor: levar esperança.
Está na hora de as mídias mostrarem esse trabalho dos Correios, essa função que é SOCIAL e ESSENCIAL e que gera gastos extras que, sim, devem ser absorvidos pela empresa [Estado].
Que a mídia diga a verdade: nas tragédias, são os comboios dos Correios que chegam às cidades com doações, e não os comboios de grandes empresas de logística em ascensão. O capitalismo é selvagem, e as intempéries da natureza também. Precisamos de uma esperança que se preocupe com o social — e a temos. É fundamental que a mídia mostre essa excelência que são os Correios.